quinta-feira, 17 de março de 2011

Ecologia, e eu com isso? “Fraternidade e a vida no planeta”!



Você toma água. As plantas e os animais também precisam dela. Você respira o ar, indispensável para sua sobrevivência. Você e toda a natureza também recebem os raios do sol que revigoram e fazem crescer com vitalidade todos os seres vivos. Você se alimenta de carne, frutas, leguminosas, entre outros. Você, eu, todos nós nos preocupamos com a saúde. Queremos alcançar os 80, 90 e até 100 anos, quem sabe! Também queremos ver nossas crianças fortes e saudáveis e consideramos isso o mais importante. Estou correto em todas as indagações? Se sim, então com certeza temos algo a ver com a ecologia!
O termo agenda ecológica, discutido por políticos, governos, líderes ambientais e especialistas não é mera pauta figurativa nas mesas de debates. Os homens já constataram a enfermidade da vida no planeta. Mas isso não basta! O debate é preciso entrar na agenda diária de cada um dos cidadãos do mundo.
Desmatamentos. Queimadas. Poluição das águas, do ar e do som. Enchentes e secas. Ondas de frio e de calor. Realidades tão próximas de nós quanto as enfermidades que nos assolam e tiram vidas. Assim é na natureza! Assim é a vida do homem!
A campanha da fraternidade cujo tema “Fraternidade e Vida no Planeta” e lema “Acriação geme em dores de parto” (Rm 8,22), está mais próxima de nós do que imaginamos.
Ela está dentro de nossa casa. No banho demorado que tomamos, na torneira aberta que deixamos enquanto escovamos os dentes; e no carro que lavamos com mangueira e água jorrando para o desperdício, enquanto há seca e escassez de água em muitos lugares.
Está no lixo que não separamos para ser reciclado e reutilizado. Também está naquele que é jogado nas ruas e calçadas, entupindo os bueiros e provocando inundações nas cidades.
Está nos rios e praias repletos de detritos, óleos e alimentos que poderiam ser transformados em sabão. Esses são apenas exemplos simples que, com uma mudança de hábitos, podem contribuir para a preservação do meio ambiente.
Quando não respeitamos a lógica que rege a natureza, impedimos que ela exerça sua função de nos sustentar até o ponto de ameaçar nossa própria sobrevivência e provocar dor sem medida.
O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, afirma que esta campanha da Fraternidade está em sintonia com uma cultura que se expande cada vez mais em todo o mundo: de “respeito pelo meio ambiente e respeito pelo lugar em que Deus nos coloca, não só para vivermos e convivermos, mas também para fazer deste o paraíso com o qual tanto sonhamos”.
Essa tamanha preocupação com a natureza deve estar no mesmo patamar da preocupação que carregamos com nossos filhos. Recordo um importante poeta e traumaturgo turco viveu na primeira metade do século passado, de 1901 a 1963, chamado Nazim Hikmet Ran. Ao deixar uma carta para seu filho, ele recomenda: “Não viva nesta terra como um estranho ou como um turista na natureza. Viva neste mundo como na casa de seu pai: creia no trigo, na terra, no mar, mas antes de tudo creia no ser humano.
Ame as nuvens, os carros, os livros, mas antes de tudo ame o ser humano. Sinta a tristeza do ramo que seca na planta, do animal ferido que agoniza, mas antes de tudo sinta a tristeza e a dor do ser humano.
Que lhe dêem alegria todos os bens da terra: a sombra e a luz lhe dêem alegria, as quatro estações lhe dêem alegria, mas, sobretudo, as mãos cheias, lhe dê alegria o ser humano”.

Continua...

Ronaldo da Silva, membro da Comunidade Canção Nova
Artigo publicado na Revista Canção Nova, Março 2011

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