O papa Bento XVI celebrou a tradicional Missa do Galo na basílica de São Pedro do Vaticano, a oitava de seu Pontificado, mais uma vez em um horário mais cedo, 22h no horário local (19h em Brasília), para evitar um cansaço maior do pontífice de quase 86 anos.
No início da cerimônia de mais de duas horas, acompanhada por coral em latim, música de órgão e som de trombetas, Bento XVI percorreu a imensa Basílica de São Pedro sobre uma plataforma móvel, mostrando cansaço.
A missa, que conta com a participação de mais de 30 cardeais, começou com um momento de preparação, em silêncio e recolhimento, seguido das calendas, o antigo texto que anuncia o nascimento de Cristo, que foi cantado no princípio da missa, em latim, por um cantor da Capela Sistina. Junto ao altar maior, da Confissão, foi colocado um Menino Jesus.
A rejeição a Deus pelo mundo contemporâneo leva à rejeição do outro, principalmente dos mais vulneráveis, advertiu o Papa, antes de definir qualquer violência em nome de Deus como uma "doença" da religião.
Ele rezou pela paz na Palestina, Síria, Líbano e Iraque para que os cristãos possam "conservar sua morada" nestes lugares e para que "cristãos e muçulmanos possam construir juntos seus países na paz de Deus".
"Estamos completamente repletos de nós mesmos, de modo que já não há espaço para Deus. Também não resta espaço para os outros, para as crianças, os pobres, os estrangeiros", disse o Papa na missa celebrada na Basílica de São Pedro. "Não é precisamente a Deus que rejeitamos?" - questionou Bento XVI.
"Correntes de pensamento muito difundidas afirmam que (...) a religião, em particular o monoteísmo, seria a causa da violência e das guerras no mundo; que seria preciso libertar a humanidade da religião para se estabelecer a paz; que o monoteísmo, a fé em um único Deus seria prepotência, motivo de intolerância, já que por sua natureza tentaria se impor a todos com a pretensão da única verdade'.
"É certo que o monoteísmo serviu durante a história como pretexto para a intolerância e a violência. É verdade que uma religião pode se desviar e chegar a se opor à natureza mais profunda quando o homem pensa que deve tomar em suas mãos a causa de Deus, fazendo de Deus sua propriedade privada. Devemos estar atentos contra a distorção do sagrado".
"Mas mesmo que seja incontestável um certo uso indevido da religião na história, não é verdade que o 'não' a Deus restabeleceria a paz. Se a luz de Deus se apaga, se extingue também a dignidade divina do homem", concluiu Bento XVI.
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