"Apareceu
em seguida um grande sinal no céu: uma mulher revestida do sol, a lua debaixo
dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas ". (Ap 12,1)
Esta passagem do livro do
Apocalipse é proclamada na Missa da Assunção de Nossa Senhora. Sgundo o ensinamento
oficial da Igreja, a humilde jovem de Nazaré, escolhida e preparada desde toda
a eternidade por Deus e para ser mãe de seu Filho Jesus, foi elevada em corpo e
alma à glória do céu. Se hoje está "vestida de sol", não se deve a um
mérito seu ou ao resultado de seus esforços mas, sim, à escolha feita por
aquele que "nos abençoou com toda bênção espiritual em Cristo, e nos
escolheu nele antes da criação do mundo" (Ef 1,3-4).
Como foi o fim de Maria?
Ignoramos como e quando se deu a
morte de Maria, e mesmo se houve realmente morte. Os orientais preferem falar
da dormição de Maria. Os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e as epístolas não
fazem referência a isso, já que procuram nos descrever os ato e as palavras de
Jesus. E mesmo quando falam dele, fixam-se no que é necessário para a
compreensão de sua missão e mistério. Não entram em pormenores que poderiam
interessar à nossa curiosidade, mas que não são essenciais a fé. A fé nos
ensina que Maria foi assunta ao céu em corpo e alma, isto é, foi glorificada de
forma total e completa. Ela já é o que somos chamados a ser após a ressurreição
da carne.
O que nos diz a Bíblia ?
A Bíblia silencia sobre a
Assunção de Maria. A Palavra de Deus, que poucos dados nos apresenta para uma
biografia mariana, não entra em pormenores sobre o final de sua existência. Há,
contudo, algumas passagens que, embora não sejam referências diretas, foram
interpretadas pela grande Tradição da Igreja como referentes à sua
glorificação:
"Porei ódio entre ti e a
mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirás o calcanhar" (Gn 3,15). O combate entre a serpente e a mulher não
poderia ficar pela metade. Assim, a vida de Maria, toda voltada para Deus e
para os outros, só poderia culminar na sua Assunção. Para o apóstolo Paulo, ser
vitorioso significa vencer não só o pecado mas também a morte (cf. 1 Cor
15,54).
"Levantai-vos, Senhor, para
vir ao vosso repouso, vós e a arca de vossa majestade" (Sl 131(132),8). A
arca era o lugar da presença divina e tornou-se imagem de Maria. A primeira
arca levou as duas tábuas da Lei; era o símbolo da presença de Deus e, enquanto
presença de Deus, era incorruptível. Maria, na qual repousou não um símbolo,
mas o próprio Deus, foi glorificada sem conhecer a corrupção.
"Ave, cheia de graça, o
Senhor é contigo" ( Lc 1,28). A Assunção é a expressão final dos favore
divinos, dos quais Maria estava repleta.
Apocalipse 12: sobre a mulher
vestida de luz, as trevas não têm mais poder. Maria participa da glória do
Filho, assim como participou de sua vida, perseguição e morte.
O que o dogma da Assunção ensina ao homem de hoje?
A definição dogmática diz que
Maria foi assunta ao céu. Sua Assunção mostra o valor do corpo humano, templo
do Espírito Santo. Também ele é chamado à glorificação. Nosso corpo não nos é
dado para ser instrumento do pecado, para a busca do prazer pelo prazer, mas
para a glória de Deus.
O dogma da Assunção nos dá uma
certeza: Maria já alcançou a realização final. Tornou-se, assim, um sinal para
a Igreja que, olhando para ela, crê com renovada convicção nos cumprimentos das
promessas de Deus. Também nós somos chamados a estar, um dia, com a Santíssima
Trindade. Olhando para o que Deus já realizou em Maria, os cristãos animam-se a
lutar contra o pecado e a construir um mundo justo e solidário, para
participar, um dia, do Reino definitivo.
Uma mulher já participa da glória
que está reservada à humanidade. Nasce, para nós, um desafio: lutar em favor
das mulheres que, humilhadas, não têm podido deixar transparecer sua grande vocação.
Em Maria, a dignidade da mulher é reconhecida pelo Criador. Quanto nosso mundo
precisa caminhar e progredir para chegar a esse mesmo reconhecimento!
É preciso estarmos atentos a um
risco: a verdade sobre a Assunção de Maria, sobre sua glorificação antecipada,
pode fazer com que passemos a vê-la distante de nós, muito acima de nossa vida
e de nossa realidade. Crer na Assunção é proclamar que aquela mulher que deu à
luz num estábulo, entre animais, que teve seu coração traspassado, viveu no
exílio, foi exaltada por Deus e, por isso mesmo, está muito mais próxima de
nós. A Assunção mostra as preferências de Deus por aqueles que são pobres,
pequenos e pouco considerados neste mundo.
Conclusão
A Assunção de Maria lembra-nos o
objetivo de nossa vida: estra, um dia, eternamente, com Deus. Uma irmã e mãe
nossa -irmã na ordem da ciração, mãe na ordem da graça -, já está com deus.
Renova-se em nosso coração a esperança de recebermos, tamb´me, idêntico prêmio.
Fonte Consultada: Com Maria a Mãe de Jesus/ Murilo S.R. Krieger -
São Paulo: Paulinas, 2001.
Extraído do site:
http://www.santissimavirgemaria.com.br/dogma_assuncao_maria.html
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